
No mesmo fim-de-semana que se festeja, o 50º aniversário da imagem do Cristo-Rei na margem sul do Tejo, com a presença da imagem original de Nossa Senhora de Fátima, também se celebram as festividades do Senhor Santo Cristo dos Milagres, em Ponta Delgada, São Miguel, não podia deixar passar em branco e aqui deixo um post relativo a esta magnifica imagem, que segundo reza a história tem mais de 500 anos.
Senhor Santo Cristo dos Milagres por Helena Raposo

Minha Avó contou-me em pequena muitas histórias sobre esta magnifica imagem. Contou-me que a Madre Tereza da Anunciada cortava as unhas da imagem e que o cabelo crescia-lhe e que após a morte da Madre Tereza tanto as unhas como o cabelo deixaram de cresçer. Outra história é que uma das vezes que tentaram enviar a imagem para o Continente para restauro, que se levantou uma tempestade e o barco não pode sair. Outra ainda, que foram oferecidas duas velas para acender junto à imagem, velas estas que teriam dentro bombas. Tentou-se acender as velas, mas de todas as vezes elas se apagavam inexplicavelmente.
Histórias que são contadas por muitas pessoas, estas e outras versões. Verdadeiras ou não, o que é certo é que a fé que inspira esta imagem é verdadeiramente arrepiante.
Por toda a cidade as ruas enchem-se de luzes. Lindos e coloridos tapetes de azaleas e serradura cobrem as ruas para celebrar o Senhor Santo Cristo.
Sábado a procissão é à volta do Campo de São Francisco. A imagem sai do Convento Nossa Senhora da Esperança e vai para a Igreja do Convento, onde até há poucos anos atrás a imagem passava a noite e com ela muitos fieis em vigilia. Mas eram tantos que passaram a mudar a imagem para a Igreja de São José, também no Campo de São Francisco, à meia-noite de sábado para domingo.
No domingo a imagem volta ao Adro da Igreja do Convento, onde é celebrada uma missa campal e à tarde a procissão efectua-se, pela cidade, durante aproximadamente 5 horas.
Origem da imagem:
No Convento da Caloura, em Água de Pau, começa a história do culto do Senhor Santo Cristo dos Milagres, em S. Miguel. Reza a tradição que foi neste lugar que se erigiu o primeiro Convento de Religiosas nesta Ilha, convento cuja fundação se deveu, principalmente, à piedade das filhas de Jorge da Mota, de Vila Franca do Campo.
Mas para que tal comunidade fosse estabelecida como devia, foi necessário que alguém fosse a Roma impetrar a respectiva Bula Apostólica. Largaram, por isso, de S. Miguel a caminho da Cidade Eterna, duas religiosas. Aí solicitaram ao Papa o desejado documento. Tão bem se desempenharam dessa missão que o Sumo Pontífice não só lhes passou a ambicionada Bula como ainda lhes ofereceu uma Imagem do Ecce Homo. De regresso a Vale de Cabaços, a singular imagem foi posta num nicho onde se conservou por poucos anos.
Porque o lugar era ermo e muito exposto às incursões dos piratas, o pequeno Mosteiro ficou, certo dia, deserto, pois parte das religiosas seguiu para Santo André, de Vila Franca do Campo, e a outra parte se encaminhou para Ponta Delgada, para o Mosteiro da Esperança, acabado de fundar pela viúva do Capitão Donatário, Rui Gonçalves da Câmara.
Mas a Imagem do Senhor Santo Cristo não ficou esquecida porque a religiosa galega Madre Inês de Santa Iria a quis trazer para Ponta Delgada.
Texto da origem da imagem retirada do site da
Irmandade do Senhor Santo Cristo
Irmandade do Senhor Santo Cristo
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