25 de maio de 2009

Geisha I - Geisha, prostituição e relações pessoais




Ainda existe uma ideia errática, mesmo no Japão, sobre a natureza da profissão das Geisha.Geisha são vistas como prostitutas por muitos ocidentais. Contudo, a Geisha legitima não se envolve em sexo pago com os seus clientes. O seu propósito é o entreter o cliente, seja dançando, recitando versos, tocando os seus instrumentos musicais ou apenas conversando. Os acordos das Geisha podem incluir "flirt" com homens, contudo os clientes sabem que não podem esperar mais que isso. Num estilo social comum no Japão, os homens divertem-se com a ilusão daquilo que nunca se passará.

As Gesha são confundidas com as cortesãs de classe alta do período Edo conhecidas como Oiran, de onde elas evoluiram. Tal como as Geisha, as Oiran usavam penteados elaborados e maquilhagem branca, mas as Oiran atavam o obi à frente. Tem sido comum o pensamento de que o obi era atado desta forma para ser mais fácil de remover, embora a antropologista Liza Dalby tenha sugerido que era por ser pratica das mulheres casadas na época.

Oiran

Durante o período Edo a prostituição era legal. Prostitutas como as Oirnan trabalhavam dentro de "distritos fechados", licenciados pelo governo. No século XVII, as Oiran por vezes contratavam homens a que chamavam "geisha" para actuarem nas suas festas. As primeiras Geisha foram então homens. No final do século XVIII, as mulheres bailarinas eram denominadas "Odoriko" e as novas e populares mulheres Geisha começaram a entreter homens em banquetes, em distritos não licenciados. Algumas foram presas por prostituição ilegal e enviadas para as zonas licenciadas, onde havia uma severa distinçao entre Geisha e prostitutas, e as Geisha eram proibidas de vender sexo. Em contraste, "machi geisha", que trabalhavam fora dos distritos licenciados, estavam muitas vezes envolvidos em prostituição ilegal.

Em 1872, logo após a restauração Meiji, o novo governo aprovou uma lei liberando prostitutas (shōgi) e Geisha (geigi). A denominação deste estatuto foi objecto de controvérsia. Alguns oficiais pensavam que prostitutas e geisha trabalhavam de duas formas na mesma profissão, vendendo sexo, e que todas as prostitutas deveriam assim ser chamadas de geisha. No final, o governo decidiu manter uma linha de separação entre os dois grupos, declarando que as geiha eram mais refinadas e não deveriam ser conspurcadas por associação com prostitutas.

Também as geisha que trabalhavam em cidades como Atami são denominadas onsen geisha. Onsen geisha tem má reputação devido ao facto da prostituição prevalecer em cidades como esta e devdo ao facto das prostitutas usarem o nome geisha, assim como também aos sórdidos rumores de coreografias de danças como "Shallow River" ( em que as "bailarinas" levamtam as saias do seu kimono muito alto). Contrastando com estas falsas "geisha", as verdadeiras onsen geisha que trabalhavam em Nagano em 1930, revelaram que no passado, mulheres assim eram muito pressionadas para vender sexo. Onsen são também nascentes de água quente naturais.

É suposto as Geisha serem mulheres solteiras, as que escolhem casas devem retirar-se da profissão.

Era tradicional no passado para as Geisha, terem um patrono, chamado de danna. Um Danna era por norma um homem rico, por vezes casado, que tinha meios de sustentar as enormes despesas com o tradicional treino das geisha e outras despesas. Hoje isto por vezes ainda acontece, mas é raro.

Uma Geisha e o seu Danna podem ou não estar apaixonados, mas intimidade nunca é vista como recompensa pelo suporte financeiro do danna. As convenções e valores tradicionais nesta relação são muito intrincados e pouco entendidos, até pelos japoneses.

Embora seja verdade que as Geisha são livres para se envolverem numa realção com uma homem que ela tenha conhecido através do seu trabalho, tais relacionamentos são escolhidos cuidadosamente e raramente são futeis. A hanamachi é uma comunidade muito pequena e a boa reputação de uma geisha não é deitada fora de ânimo leve.


Imagens retiradas da internet

Fonte de informação wikipedia


17 de maio de 2009

Senhor Santo Cristo dos Milagres

No mesmo fim-de-semana que se festeja, o 50º aniversário da imagem do Cristo-Rei na margem sul do Tejo, com a presença da imagem original de Nossa Senhora de Fátima, também se celebram as festividades do Senhor Santo Cristo dos Milagres, em Ponta Delgada, São Miguel, não podia deixar passar em branco e aqui deixo um post relativo a esta magnifica imagem, que segundo reza a história tem mais de 500 anos.Senhor Santo Cristo dos Milagres por Helena Raposo

Minha Avó contou-me em pequena muitas histórias sobre esta magnifica imagem. Contou-me que a Madre Tereza da Anunciada cortava as unhas da imagem e que o cabelo crescia-lhe e que após a morte da Madre Tereza tanto as unhas como o cabelo deixaram de cresçer. Outra história é que uma das vezes que tentaram enviar a imagem para o Continente para restauro, que se levantou uma tempestade e o barco não pode sair. Outra ainda, que foram oferecidas duas velas para acender junto à imagem, velas estas que teriam dentro bombas. Tentou-se acender as velas, mas de todas as vezes elas se apagavam inexplicavelmente.
Histórias que são contadas por muitas pessoas, estas e outras versões. Verdadeiras ou não, o que é certo é que a fé que inspira esta imagem é verdadeiramente arrepiante.

Por toda a cidade as ruas enchem-se de luzes. Lindos e coloridos tapetes de azaleas e serradura cobrem as ruas para celebrar o Senhor Santo Cristo.

Sábado a procissão é à volta do Campo de São Francisco. A imagem sai do Convento Nossa Senhora da Esperança e vai para a Igreja do Convento, onde até há poucos anos atrás a imagem passava a noite e com ela muitos fieis em vigilia. Mas eram tantos que passaram a mudar a imagem para a Igreja de São José, também no Campo de São Francisco, à meia-noite de sábado para domingo.
No domingo a imagem volta ao Adro da Igreja do Convento, onde é celebrada uma missa campal e à tarde a procissão efectua-se, pela cidade, durante aproximadamente 5 horas.

Origem da imagem:

No Convento da Caloura, em Água de Pau, começa a história do culto do Senhor Santo Cristo dos Milagres, em S. Miguel. Reza a tradição que foi neste lugar que se erigiu o primeiro Convento de Religiosas nesta Ilha, convento cuja fundação se deveu, principalmente, à piedade das filhas de Jorge da Mota, de Vila Franca do Campo.

Convento da Caloura

Mas para que tal comunidade fosse estabelecida como devia, foi necessário que alguém fosse a Roma impetrar a respectiva Bula Apostólica. Largaram, por isso, de S. Miguel a caminho da Cidade Eterna, duas religiosas. Aí solicitaram ao Papa o desejado documento. Tão bem se desempenharam dessa missão que o Sumo Pontífice não só lhes passou a ambicionada Bula como ainda lhes ofereceu uma Imagem do Ecce Homo. De regresso a Vale de Cabaços, a singular imagem foi posta num nicho onde se conservou por poucos anos.

Porque o lugar era ermo e muito exposto às incursões dos piratas, o pequeno Mosteiro ficou, certo dia, deserto, pois parte das religiosas seguiu para Santo André, de Vila Franca do Campo, e a outra parte se encaminhou para Ponta Delgada, para o Mosteiro da Esperança, acabado de fundar pela viúva do Capitão Donatário, Rui Gonçalves da Câmara.

Mas a Imagem do Senhor Santo Cristo não ficou esquecida porque a religiosa galega Madre Inês de Santa Iria a quis trazer para Ponta Delgada.

Texto da origem da imagem retirada do site da
Irmandade do Senhor Santo Cristo

10 de maio de 2009

Humanidade


Numa época em que os produtos biológicos estão na moda, em que se fala literalmente todos os dias do aquecimento global, venho aqui falar daquilo que vejo todos os dias e que me faz ter a convicção que inevitavelmente, a humanidade vai desaparecer uma vez mais (já aconteceu antes sabem???).
O Homem é intrinsecamente ávido de poder, seja ele qual for, desde o poder financeiro, ao poder fisico, etc. No meio de toda esta sede de poder, mora uma imensa vontade de não fazer nada e do estar-se nas tintas para o futuro da humanidade (o planeta ficará cá sempre e renovar-se-á, não tenham dúvidas). Ora vejamos; há quanto tempo já todos chegámos à conclusão que todos os meios de transportes que utilizam combustíveis fósseis são altamente poluentes e por isso prejudiciais? Há quanto tempo, existe a possibilidade de fazer meios de transporte com energias alternativas, não poluentes? Pois é, o que é certo é que todos (ou quase todos) continuamos a usar os velhos e "queridos" motores poluentes. Os governos mundiais também sabem disso e nada, ou pouco fazem. Assim permanecerá enquanto houver petróleo???? Espero que não!!! Já existem veículos hibridos e apenas eléctricos disponiveis no mercado (se no Português não sei!!!!), mas apesar de algumas pessoas esclarecidas e iluminadas (abençoadas sejam) os obterem, o que é certo é que maior parte prefere os outros porque andam mais e tal, mais potentes, enfim...pensamento de quem não está para se chatear a pensar no futuro (nem que seja dos seus próprios filhos e possíveis netos...) outros não têm dinheiro para os adquirir...enfim!!! E onde entram os governos nisto? Disseram-me que em Portugal o governo dá qualquer coisa na compra de um veículo novo menos poluente. Muito bonito, e quem não tem possibilidades de comprar um veículo novo???? Pagar taxa de poluição? Ridículo meus senhores, o pagamento da taxa não devolve a saúde ao planeta, apenas vos enche ainda mais os bolsos.
Quanto a aviões e comboios....enfim...pior um pouco!
E as energias renováveis? Quando vamos estar todos a usufruir inteiramente delas? Que esperam?
Passemos à reciclagem. Resido presentemente num país em que se pode reciclar muita coisa. Infelizmente vejo de tudo, aqueles que reciclam o mais que podem e até querem reciclar o que não podem (como uma senhora que há cerca de 15 a 17 anos para cá guarda todas as embalagens plásticas que ainda não são recicladas, na sua garagem há espera que um dia o sejam para não as por no lixo), e outros, muitos ainda que se preocupam imenso em consumir alimentos biológicos e detergentes biológicos também, mais depois deitam fora centenas de lixo reciclável. É lamentável verificar que uma grande parte da humanidade não tenha ainda percebido que um dia destes vai ser tarde demais para conseguirmos voltar atrás! Não se esqueçam que a natureza tem um jeito muito especial de se ver livre de quem a destrói.

RESPEITEM A TERRA, OS ANIMAIS, POUPEM A HUMANIDADE!!!

5 de maio de 2009

Geisha

Após alguns anos de ter visto o filme, Memórias de uma Geisha, acabei agora de ler o livro de Arthur Golden. O filme apesar de ser bonito visualmente passou-me em branco, o livro não! E por isso e por ter gostado tanto do livro, decidi fazer um post sobre as Geisha, uma vez que no conceito geral da população ocidental, as Geisha são consideradas prostitutas, o que não pode estar mais longe da verdade.
Para quem tiver curiosidade em saber alguma coisa sobre estas mulheres que vivem uma tradição tão antiga, aqui têm alguma informação. Irei fazendo posts sobre o assunto uma vez que é bastante extenso.

Geisha com um shamisen

Geisha - a palavra é constituída por dois Kanji (caracteres japoneses) Gei, que quer dizer arte e Sha, que quer dizer pessoa. Sendo assim, a tradução mais directa é artista. Outra palavra usada é Geigi ou Geiko, palavra do dialecto de Kyoto. A palavra não tem plural.

Duas Maiko

As aprendizes são chamadas de Maiko( 舞子 criança bailarina). São as Maiko, com a sua máscara branca e elaborados Kimonos e penteados, que criaram o estereótipo das Geisha no mundo ocidental e não as verdadeiras Geisha. Uma mulher para entrar na comunidade Geisha não tem necessariamente de começar como Maiko, tendo assim oportunidade de iniciar a sua carreira como Geisha directamente.
Uma mulher de 21 anos, é de facto considerada demasiado velha para ser Maiko e inicia-se como Geisha quando entra para a comunidade. Contudo, aquelas que se iniciam como Maiko têm mais prestigio nas suas vidas profissionais.
As Geisha de Tokio não seguem o processo de aprendizagem ritualizado das Maiko de Kioto. O período de treino pode ser de seis meses a um ano - notavelmente mais curto do que o as Maiko de Kioto - antes da sua "estreia" como Geisha. A aprendiz é referida como Han'gyoku (半玉), ou "Meia jía", ou pelo termo mais genérico de O-shaku (御酌), literalmente "aquela que serve álcool". Em média, as Geisha de Tokio são por norma mais velhas que as de Kioto, sendo muitas delas licenciadas.
Tradicionalmente, elas iniciavam o seu treino muito novas e embora algumas raparigas fossem vendidas às casas de Geisha (Okiya) enquanto crianças, isto não era prática comum nos distritos com maior reputação. Filhas de Geisha eram frequentemente criadas também como Geisha, normalmente como sucessoras (atotori - herdeira).

Okyia

O primeiro estágio de treino era denominado de shikomi. As raparigas quando chegavam à Okiya, eram postas a trabalhar como criadas, fazendo todo o tipo de trabalho doméstico que fosse necessário. O trabalho era difícil e tinha o intento de "fazer" e "quebrar" as novas raparigas. As Shikomi mais novas da casa tinham de esperar até altas horas da noite que a Geisha sénior regressasse dos seus compromissos. Durante este estágio de treino, as Shikomi tinham aulas nas Hanamachi (distritos das Geisha) Escola de Geisha. Hoje em dia, este estádio ainda existe para acostumar as raparigas ao dialecto tradicional e às tradições.

Após a principiante se tornar proficiente nas artes das Geisha e passar um difícil exame de dança, ela era promovida a um segundo estágio de treino : Minarai. As Minarai eram libertas das suas obrigações domésticas. O estádio Minarai foca-se no campo de treino. Embora Minarai frequentem ozashiki (banquetes em que os convidados são servidos por Geisha), elas não participam a um nível avançado. O seu kimono, mais elaborado do que as Maiko, é suposto fazer a conversa por elas. As Minarai podem ser contratadas para festas mas não são normalmente pessoas convidadas (embora bem vindas) nas festas que as suas "irmãs mais velhas" (As Seniores ou Mentoras das Minarai) frequentam. Elas cobram 1/3 hanadai pelo seu trabalho. As Minarai normalmente trabalham com uma certa casa de chá (denominada minarai-jaya) aprendendo com a okaa-san (literalmente "mãe", a proprietária da casa). Dela, elas aprendem técnicas de conversar e jogar, que não lhes são ensinadas na escola. Este estádio dura mais ou menos um mês.

Maiko numa casa de chá com o seu esplendoroso obi

Depois de um pequeno período de tempo, o terceiro e mais famoso estádio de treino inicia-se e as estudantes são chamadas de Maiko. Maiko (literalmente "bailarina") são aprendizes de Geisha e este estádio pode durar anos. As Maiko aprendem da sua Geisha sénior e acompanham-na em todos os seus compromissos. A relação entre Onee-san e Imouto-san (senior/junior, literalmente "irmã mais velha/ irmã mais nova") é importante. Uma vez que a Onee-san ensina a sua Maiko tudo sobre trabalhar em hanamachi, estes seus ensinamentos são vitais.

Á esq. Maiko à dta. Geisha

Ela ensinar-lhe-á a forma certa de servir chá, a tocar shamisen, a dançar, a conversar e mais. A Onee-san até ajuda a escolher o novo nome profissional da sua Maiko muitas vezes com símbolos relacionados com o seu próprio nome. Existem variações regionais. As Geisha de Tokio são consideradas mais afoitas e as de Kioto mais sérias.

Geisha numa casa de chá

Após um período minimo de seis meses, em Tokio e no máximo de cinco anos, em Kyoto, as Maiko são promovidas a Geisha e começam a cobrar o preço total pelo seu tempo. Geisha permaneçem assim até se reformarem.