
Existem muitas situações na nossa vida para as quais não encontramos explicação. Situações que nos condicionam, e por vezes fazem-nos sofrer. Limitações que não nos deixam viver com a liberdade e intensidade desejadas. Como resolvê-las? Vamos abordar este tema sob um ponto de vista um pouco diferente. Ora venha daí!
O dia era como um outro qualquer. Encontrei pessoa conhecida e no meio de dois dedos de conversa ela acaba por desabafar: «Não consigo estar em espaços onde esteja muita gente junta». Mais à frente refere que «Só tem medo é de morrer e ser enterrada viva».
Essa situação leva-nos a muitas outras, em que pessoas sofrem de fobias, umas menos incomodativas mas outras muito limitativas. Por exemplo, imaginem alguém que trabalha num escritório, num 25º andar e não consegue andar de elevador, ou que tem fobia das alturas? Existem muitas outras situações no nosso quotidiano que seria fastidioso enumerar aqui.
Mas voltemos à nossa conhecida. Como explicar estas situações que a moderna psicologia e psiquiatria rotula com expressões próprias? De onde vêm estes receios, em pessoas que nunca passaram nenhuma situação traumática, nesta vida, nessa área? E que dizer daquelas pessoas que passando por estas situações de fobias, conseguem racionalizar, verificar que não é isso que pensam, mas que a emoção é mais forte, levando-as a sentir esse medo que a razão não consegue controlar?
Usualmente usam-se várias técnicas em psicoterapia que procuram anular ou atenuar esta sintomatologia, no entanto, a grande maioria das vezes com resultados diminutos.
Curiosamente já existem em Portugal vários médicos, psicólogos, psiquiatras que pertencem ao ramo da medicina transpessoal, isto é, são médicos e psicólogos que tratam os seus doentes, cientes de que eles não são apenas um bocado de carne, mas sim espíritos eternos temporariamente num corpo carnal. Esses médicos conseguem analisar o homem numa perspectiva holística e não apenas num ponto de vista bastante sectário e restrito, como o campo do corpo carnal.
Alguns cientistas andam a investigar a possibilidade científica da reencarnação, como explicação para muitas das situações que os seus pacientes revelam nos seus consultórios.
Nomeadamente existem terapias regressivas, seja utilizando a técnica da hipnose profunda seja utilizando outras técnicas como a regressão de memória em estados modificados da consciência, que levam a explorar cada vez mais a hipótese da reencarnação como uma realidade que a experiência nos consultórios vai cimentando, abrindo assim novos horizontes no campo das terapias psíquicas.
Veja-se a título de exemplo, a Fundação Bial, que tem fornecido bolsas de investigação científica para projectos que abordam a área da regressão de memória, entre outras áreas, onde cientistas libertos dos atavismos da ciência contemporânea vão em busca de novos horizontes para o entendimento do ser humano numa perspectiva global.
O espiritismo mostra-nos que a reencarnação é uma das leis da natureza, à qual não nos podemos furtar. O ser humano é um Espírito imortal, que vai tendo várias vidas, umas após outras, onde desempenha vários papéis na sociedade, evoluindo assim aos poucos, e reparando também erros efectuados no passado. Todas as aquisições do passado ficam gravadas no nosso subconsciente e muitas vezes, ao passarmos por vivências similares, numa vida seguinte, essas emoções provenientes de situações traumáticas do passado podem emergir, trazendo um transtorno comportamental que não se consegue explicar na vida actual. Assim sendo, temos por exemplo o caso de pessoas que têm um medo quase irracional de serem enterradas vivas, poderem estar na situação de pessoas que eventualmente foram enterradas vivas em vidas anteriores, já que antigamente não havia os meios de diagnóstico da morte que temos actualmente, e por vezes considerava-se morta uma pessoa que apenas estava em estado de catalepsia ou outros similares. Por exemplo pessoas que tenham morrido em vidas anteriores vítimas de quedas de um penhasco ou situações idênticas, podem trazer uma fobia pelas alturas, se por acaso essa situação foi traumatizante para si.
Situações mal arquivadas em vidas anteriores podem aparecer hoje como traumas muito limitativos da nossa vida actual
de José Lucas
Para melhor entendimento da sucinta explicação acima aconselho a leitura de "Muitas Vidas, Muitos Mestres" de Brian Weiss. Um livro escrito por um médico psicoterapeuta, que no meio do seu imenso cepticismo se vê acidentalmente confrontado com as realidades de vidas passadas dos seus pacientes.